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PM acusado de executar adolescente, na Bahia, é afastado e tem arma recolhida


- Crédito da Foto: Reprodução/Redes sociais - Publicado em: 5 de dezembro de 2024


Marlon da Silva Oliveira, policial militar suspeito de executar um adolescente de 17 anos, na madrugada do último domingo (1°), no bairro de Ondina, em Salvador, foi afastado do cargo e teve a arma recolhida. A informação foi confirmada pela Polícia Militar da Bahia (PMBA), na quarta-feira (4).

Um dia após o crime, o acusado procurou a Polícia Civil (PC), a fim de prestar depoimento. Ele compareceu à sede da 1ª Delegacia de Homicídios de Salvador, mas não ficou preso. De acordo com a corporação, o suspeito foi liberado por falta de flagrante.

Durante a oitiva, Marlon Oliveira alegou legítima defesa. Apesar de afastado das funções operacionais que desenvolvia junto à PM, o policial foi realocado para o setor administrativo, até a conclusão do inquérito da Polícia Civil, que apreendeu a arma dele, para fins periciais.

Informações preliminares apontam que a vítima, identificada como Gabriel Santos Costa, foi morta a tiros nas proximidades de uma das principais avenidas da capital baiana. O crime foi gravado em vídeo, por uma testemunha que passava no local.

Além de Gabriel, o policial teria baleado um amigo do adolescente. O rapaz, de 19 anos, não teve o nome divulgado. Ele foi socorrido, em estado grave, para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde segue internado. O quadro clínico é ainda é crítico, conforme boletim médico divulgado hoje.

As imagens gravadas mostram os dois amigos sendo rendidos pelo agente público. Armado, o policial teria ofendido moralmente as vítimas e desferido tapas contra elas.

Conforme as gravações, Marlon da Silva Oliveira também teria obrigado os garotos a deitarem no chão e a posicionarem as mãos atrás da cabeça. No vídeo, é possível ver que o adolescente e o amigo não esboçaram reação, acatando todas as ordens recebidas.

Ainda assim, o policial, que estava à paisana, atacou os dois. Cerca de 12 tiros foram desferidos. No dia do crime, Marlon Oliveira, que atua na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar, no bairro Boca do Rio, também usava o carro da corporação.

Ele justificou o homicídio e a tentativa de homicídio afirmando que agiu, em legítima defesa, após os jovens tentarem assaltá-lo. A namorada do policial, que não teve o nome divulgado, deu a mesma declaração à Polícia Civil. Ela é uma das oito testemunhas ouvidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A corporação detalhou que pediu a prisão preventiva do suspeito na segunda-feira. No entanto, o pedido não foi considerado urgente pelo plantão judiciário. Hoje, as autoridades policiais ainda aguardam a manifestação do Poder Judiciário.

Por meio de nota, a Polícia Civil declarou que busca imagens capturadas por câmeras de videomonitoramento instaladas na região onde o crime aconteceu, a fim de robustecer as provas e concluir o inquérito.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), também por meio de nota, destacou que a Polícia Militar instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), com o intuito de investigar a conduta do policial.

*Com informações do g1 BA.