Publicado em: 26 de abril de 2021
Presente na Comissão da Covid-19 no senado na segunda-feira (26), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que alguns estados estão com dificuldade para aplicar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan.
“Há um mês atrás se liberou pra que todas as doses fossem aplicadas e agora, em face do retardo do insumo da China, há uma dificuldade com a segunda dose”, disse . A pasta deve emitir uma nota técnica sobre o tema. “Mesmo que todos judicializem, não vai ter doses para todo mundo. Não é isso que vai resolver o problema”, reclamou o ministro.
À época, o ministro da Saúde era o general Eduardo Pazuello, e a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) criticou a decisão de liberar todas as doses.O órgão estadual explicou que não era possível utilizar todo o estoque existente, pois as doses distribuídas em etapas anteriores já estavam sendo utilizadas como segunda dose, com o objetivo de garantir a imunização dentro de 28 dias, conforme previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, pela fabricante da vacina e também na autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização da CoronaVac.
“No vacinômetro, nós podemos ver que foram 57 milhoes de doses distribuídas e cerca de 37 milhões aplicadas. Tem uma diferença de 20 milhões. Isso gera confusão. ‘Aonde estão as doses?’. Algumas doses são segunda dose, que estão guardadas, outras não chegaram aos municípios, estão em distribuição”, explicou o ministro.
A pasta informa que mais de 1 milhão de brasileiros estão sendo vacinados diariamente. “Isso mostra a capacidade que tem o nosso PNI. Isso mostra que tem funcionado. As variações que tem são em relação ao calendário anterior divulgado pelo ministério”, afirmou Queiroga.
O chefe da Saúde ainda pondera que a não-liberação das 20 milhões de doses previstas da Covaxin – não autorizada pela Anvisa – também prejudica analisar a diferença entre doses distribuídas e aplicadas. Além disso, a demora de importação do IFA afeta a produção das vacinas da Fiocruz e do Butantan.
A Comissão Temporária da Covid-19 debateu, nesta segunda, questões voltadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), como o cumprimento dos prazos previstos para a vacinação no país, e discutiu medidas de combate à pandemia.
Queiroga aproveitou para apelar à população que continue utilizando máscaras de proteção e medidas “não farmacológicas” para se prevenir da Covid-19. “Desde que assumi o cargo tenho reiterado a importância das medidas não farmacológicas como o uso de máscaras, distanciamento social. Sabemos que o uso de máscaras tem um efeito de quase a vacinação da população”, afirmou.