Durante o governo Bolsonaro, Braga Netto tem um histórico de atos antidemocráticos. Ele fez ameaças e condicionou as eleições de 2022 ao voto impresso e celebrou o golpe militar de 1964, que seria, segundo ele, um “marco histórico da evolução política brasileira”.
Braga Netto foi ministro da Casa Civil em 2020, período em que foi responsável por coordenar a resposta do governo Bolsonaro à pandemia de covid-19. Em 2021, assumiu o Ministério da Defesa. Filiou-se ao partido de Bolsonaro, o PL, em um ato privado, fechado ao público, em março de 2022. Ele também comandou a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.
Em julho de 2021, Braga Netto, então ministro da Defesa, condicionou a realização das eleições de 2022 ao voto impresso. O recado, repassado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi revelado pelo Estadão.
No mesmo dia, Bolsonaro repetiu publicamente a ameaça: “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou o presidente a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada.
No dia 29 de setembro de 2021, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu apuração preliminar contra Braga Netto pelas ameaças às eleições. A proposta pela adoção do voto impresso foi derrubada pelo Congresso.
Nascido em Belo Horizonte, Braga Netto, 65 anos, entrou no Exército em 1974. Recebeu os títulos de Mestre em Operações Militares da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1988, e de Doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares do Curso de Altos Estudos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, em 1994.
Durante sua carreira, foi chefe do Grupo de Observadores Militares das Nações Unidas no Timor Leste, e adido do Exército na Polônia, no Canadá e nos Estados Unidos. Também foi coordenador de defesa de área dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio-2016.
Por Estadão Conteúdo