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Roma diz que trabalhará pelo “projeto ACM Neto” mesmo rompido


Publicado em: 16 de fevereiro de 2021


Aliados dizem que foi para valer o rompimento do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o deputado federal João Roma (Republicanos) após o último ser nomeado para o Ministério da Cidadania, mas, apesar da quebra da relação política, o novo auxiliar de Bolsonaro tem dito a correligionários que vai trabalhar pelo “projeto ACM Neto” ao governo da Bahia em 2022.

Segundo aliados disseram à Tribuna, Roma ficou em uma sinuca de bico. A cúpula do Republicanos teria informado ao deputado que, se ele não aceitasse o cargo, o partido ficaria sem ministério. Uma recusa causaria um mal-estar na bancada da sigla, que quer a pasta para obter cargos e recursos. Integrantes da legenda ainda teriam aconselhado o deputado a cortar o “cordão umbilical” com ACM Neto. Os aliados afirmam que Roma está “muito triste” e teria chorado com a situação, mas ele acreditaria em uma reconciliação com ex-prefeito com o passar do tempo.

Neto, que está no Maranhão descansando com a esposa, ficou “muito chateado” com a decisão do parlamentar do Republicanos, telefonou e disse palavras duras para o ex-chefe de gabinete, conforme os correligionários. Revoltado, o ex-prefeito soteropolitano articulou a demissão de Luiz Galvão, que era indicação do deputado do Republicanos, da Secretaria da Prefeituras-Bairro, e quer invadir as bases eleitorais do agora ex-aliado.

Em uma publicação nas redes sociais, o democrata soteropolitano fez questão de demonstrar o descontentamento. “Considero lamentável a aceitação, pelo deputado João Roma, do convite do Palácio do Planalto para assumir o Ministério da Cidadania. A decisão me surpreende porque desconsidera a relação política e a amizade pessoal que construímos ao longo de toda a vida”, afirmou.

A avaliação é de que ACM Neto ficou magoado por três razões. A primeira é de que, com a nomeação de Roma, deu força a versão de que de que ele decidiu pela neutralidade do Democratas na disputa pela presidência da Câmara em troca de cargos no governo federal. Acusação feita pelo ex-presidente da Casa, Rodrigo Maia, que queria que a sigla ficasse no bloco liderado pelo então candidato Baleia Rossi (MDB). Com a neutralidade, Arthur Lira (PP) se beneficiou e acabou eleito o novo comandante da Câmara.

A segunda razão é de que ACM Neto não queria se associar ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por temer ser atrelado ao desgaste político. Por fim, o ex-prefeito não teria gostado da nomeação, na visão de aliados, por não ter sido uma indicação dele, como ocorreu quando sugeriu Sílvio Pinheiro para Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). O entendimento dos correligionários ainda é de que Roma passa a ter “brilho próprio” o que desagradaria o ex-prefeito. Apesar do desentendimento, os apoiadores acreditam que o rompimento será temporário, mas se houver um reatamento “jamais voltará a ser como antes”. Por Rodrigo Daniel Silva/Trbn)