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Rússia diz ter matado 5 pessoas que entraram em seu território pela fronteira ucraniana; Ucrânia diz que informação é falsa


- Crédito da Foto: AFPPHOTO/ RUSSIAN DEFENCE MINISTRY - Publicado em: 21 de fevereiro de 2022


Agências russas descreveram os cinco como um grupo de sabotadores. Kiev diz que não havia nenhuma força ucraniana na região. Putin vai à TV e diz que considera reconhecer independência de regiões ucranianas separatistas.

Militares russos disseram na segunda-feira (21) que tropas e guardas de fronteira impediram um grupo de violar a fronteira da Rússia a partir do território da Ucrânia, e que cinco pessoas foram mortas. As informações são de agências de notícias russas.

A Ucrânia negou a reportagem das agências de notícias russas, dizendo ser informação falsa, e acrescentou que nenhuma força ucraniana estava presente na região de Rostov, onde o incidente teria ocorrido.

Segundo a agência Interfax, militares russos disseram que veículos armados ucranianos entraram em território da Rússia e foram destruídos.

O comunicado descreve os inimigos como um grupo de sabotadores e afirma que as cinco pessoas foram abatidas. O incidente teria ocorrido perto da cidade de Mityakinskaya, na região de Rostov, às 6h locais (0h em Brasília).

Reconhecimento de independência

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda que é necessário considerar o pedido de líderes das duas regiões separatistas do extremo leste da Ucrânia para que a Rússia as reconheça como independentes.

Presidente da Rússia Vladimir Putin participa de uma coletiva de imprensa em Moscou, em imagem de arquivo — Foto: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

Em um pronunciamento televisionado, Putin disse que se reuniu com seu conselho de segurança e que a ameaça à Rússia aumentará substancialmente caso a Ucrânia se junte à aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Na semana passada, o Parlamento russo aprovou um pedido para que o presidente reconhecesse as autodeclaradas repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano.

Se aprovado, o movimento pode inflamar ainda mais o impasse sobre uma escalada militar russa perto da Ucrânia que tem alimentado temores do Ocidente de que Moscou possa invadir. A Rússia nega qualquer plano de invasão e acusa o Ocidente de histeria.

Posto de fronteira

Mais cedo, a agência FSB, o serviço secreto da Rússia, afirmou que um obus disparado do território da Ucrânia destruiu um posto de fronteira russo na região de Rostov. Não houve mortos nem feridos, de acordo com a agência de notícias Interfax.

O incidente ocorreu a 150 metros da linha de fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.

Oleksiy Danilov, o principal chefe de segurança da Ucrânia, afirmou que o país não ataca civis.

Desde 2014, há grupos de separatistas rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia , região marcada por conflitos há anos.

Na semana passada, os grupos rebeldes e o governo ucraniano trocaram acusações de ataques.

Violações de cessar-fogo

Houve mais de 1.500 registros de violações de cessar-fogo em 24 horas no leste separatista pró-Rússia da Ucrânia, um recorde até agora neste ano, informou a Monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no sábado (19).

Da tarde de quinta-feira à noite de sexta-feira, observadores da OSCE registraram 591 violações do cessar-fogo em Donetsk e 975 em Luhansk, os dois enclaves separatistas.

Os combates mais intensos ocorreram no noroeste da região de Lugansk, cerca de 20 quilômetros a sudeste de Severodonetsk, uma localidade leal ao governo de Kiev.

A OSCE, cujos membros incluem a Rússia e os Estados Unidos, implantou sua missão de paz na Ucrânia em 2014, após a anexação da Crimeia pela Rússia e a eclosão de um conflito entre Kiev e separatistas na região de Donbas, que deixou mais de 14.000 mortos.

No sábado, a organização alertou para um “aumento drástico” nas violações do cessar-fogo assinado em 2015.

O exército ucraniano informou que dois soldados foram mortos neste sábado em um bombardeio por separatistas.

Mais de dez bombas explodiram a algumas centenas de metros do ministro do Interior ucraniano, Denis Monastirski, quando ele visitava a linha de frente com os separatistas.

Por g1