Bahia, 20 de setembro de 2024 às 18:43 - Escolha o idioma:

STF mantém prisão de cinco investigados no caso Abin Paralela


- Crédito da Foto: Divulgação/STF - Publicado em: 15 de julho de 2024


O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de cinco investigados acusados usar, de forma irregular, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de monitorar ministros do STF e políticos opositores ilegalmente. Os suspeitos foram alvos da quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada na quinta-feira (11).

Assim, seguirão presos Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida; Marcelo Araújo Bormevet, policial federal; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército.

De acordo com a Agência Brasil, as prisões foram mantidas após a audiência de custódia, que foi realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada.

A Polícia Federal (PF) aponta que os cinco acusados participaram do trabalho de monitoramento ilegal, que teria sido realizado com o conhecimento de Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da Abin e atual deputado federal.

Segundo a corporação, houve utilização do programa First Mile para realizar a espionagem ilegal contra autoridades do Judiciário, do Legislativo e da Receita Federal, além de jornalistas.

DEFESAS – As defesas dos envolvidos não se pronunciaram, até o momento. Conforme a Agência Brasil, por meio de nota, Alexandre Ramagem negou ter atuado ilegalmente durante sua gestão no órgão. Ele disse que não houve monitoramento ilegal de autoridades.

Segundo o suspeito, os nomes que aparecem na investigação foram citados em mensagens de WhatsApp e conversas de outros investigados na operação. “Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Não se encontram em First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, alegou Ramagem.

O parlamentar também negou que tenha favorecido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). De acordo com a PF, as ações clandestinas de monitoramento também ocorreram contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela investigação sobre “rachadinha” no gabinete de Flávio quando ele ocupava do cargo de deputado estadual. “Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”, concluiu.

Ontem (11), o senador negou qualquer favorecimento e disse que a divulgação do relatório de investigação da PF foi feita para prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro. “Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura do delegado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, disse Flávio Bolsonaro.