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Uma Punhalada na Dignidade Menstrual das Mulheres Brasileiras


Publicado em: 14 de outubro de 2021


Uma polêmica tomou conta de grande parcela da mídia brasileira, e principalmente das redes sociais, nos últimos dias. Trata-se do absurdo veto do Governo Federal, que determina a distribuição gratuita de absorventes femininos para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua, dentro do Programa de Proteção da Saúde Menstrual (PL 14.214).

Trata-se de um dos maiores absurdos da sociedade brasileira dos últimos tempos, porque está mais do que comprovado de que grande parcela das famílias de baixa renda estão passando por verdadeiros horrores diante do desemprego alarmante e dos baixos salários que não possibilitam a aquisição desse item básico para todas as mulheres.

Não é justo que uma política pública tão simples, e que o Estado brasileiro tem condições absolutas de mantê-la, possa ser motivo de veto, enquanto se utiliza mais da metade do Orçamento Público para pagar juros e amortizações de uma dívida pública que não foi essa geração de jovens de baixa renda que fizeram. Absolutamente não é justo!

Diante dessa estapafúrdia situação, espera-se que pelo menos o Congresso Nacional seja sensato e responsável com a democracia representativa e derrube o veto, mesmo recebendo a ameaça pública de que caso isso aconteça os recursos para tal política sairão da Educação e da Saúde. O próprio Congresso tem os remédios certos para essas pusilanimidades políticas.

Se o Governo Federal não tem compromisso com o povo brasileiro, mas apenas com os credores que ninguém conhece, que haja urgente uma reação da sociedade civil organizada, dos formadores de opinião comprometidos e dos parlamentares que têm responsabilidade com o Brasil. Como se pode usar mais de 50% do dinheiro do povo brasileiro para os credores “secretos”, e vetar um simples programa de distribuição de absorventes para jovens pobres?