Levi Vasconcelos é Jornalista político, Diretor de Jornalismo do Bahia.ba, e titular da Coluna Opinião do Jornal A Tarde.
Publicado em: 12 de março de 2018
Frase da vez
“O absurdo é a razão lúcida que constata os seus limites”
Albert Camus, escritor e filosófo franco-argelino (1913-1960).
Num país que em matéria de segurança o único avanço que se nota a olho nu é o crescimento da insegurança, Valença, no Baixo Sul da Bahia, tornou-se caso único no Brasil. Lá, dois ex-prefeitos estão impedidos de morar na cidade porque foram vítimas de crimes praticados por bandidos de alta periculosidade.
Ramiro Campelo de Queiroz e Agenildo Ramalho Gonçalves, ambos prefeitos duas vezes, foram forçados a deixar a cidade e correr para Salvador.
Ramiro (prefeito em 2000-2003 e 2008-2012) foi vítima em janeiro último de um sequestro que durou 25 dias, pelo qual a família teve que pagar US$ 1 milhão (a polícia recuperou quase a metade). Ele, que passou a vida inteira circulando pelos quatro cantos de Valença dizendo que de lá não saia porque não perder as suas ‘moquequinhas’, agora admite que não dá mais.
— A família não aceita que eu more mais em Valença.
Refém em casa
Agenildo (1988-1992 e 1996-2000) , por volta das 22h do dia 1º de abril de 2012 viu adentrar sua casa na praia do Guaibim oito bandidos armados que deixaram reféns ele, a família e quem fosse chegando por 48 horas, depois mais 48 com a filha e o genro que foram a Santo Antonio de Jesus e Feira de Santana pagar o resgate de R$ 250 mil já que a agência do Banco do Brasil em Valença não tinha o dinheiro todo:
— Me disseram para eu sair de Valença e que tinham um informante. Até hoje não sei porque disseram isso.
Levi Vasconcelos é Jornalista político, Diretor de Jornalismo do Bahia.ba, e titular da Coluna Opinião do Jornal A Tarde.